domingo, 31 de outubro de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
" SATIRIZANDO OXUM" ou "MABAÇAS DA BAHIA"
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terça-feira, 4 de maio de 2010
sexta-feira, 9 de abril de 2010
quinta-feira, 8 de abril de 2010
A ARTISTA E A OBRA
É MUITO BOM POUSAR AO LADO DA OBRA.... Principamente quando a obra acaba de nascer!!!E vc vê mais um filho criando vida e saindo pelo mundo... e sendo visto e admirado!! E um dia esse filho cresce e vai embora, morar em outras casas.... viver em outras vidas....E como é filho continua lindo e admirado!!! é assim que vejo meus quadros...
Fragmentos da obra: " se libertando"
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bate papo com José Maria Dias da Cruz sobre a obra "As Dilaceradas"
CONVERSA COM O MESTRE JOSÉ MARIA DIAS DA CRUZ SOBRE O QUADRO “DILACERADAS”
ZÉ O QUE VOCÊ NESTE QUADRO “AS DILACERADAS”?
Por exemplo, as duas figuras ao lado esquerdo
funcionam como o ponto focal mais forte e é por ele que estampa toda a narrativa do quadro.
VOCÊ FALA DAS 2 MULHERES ?
Sim.
E tem essa parte central. Quase uma abstração.
OQUE VOCÊ VE NESSA PARTE CENTRAL?
Me dá a idéia de uma espécie de rede, ou uma
armadilha sonhada.
COMO SE AQUELAS MULHERES SEMPRE CAÍSSEM NA MESMA ARMADILHA DAQUELES HOMENS QUE ESTÃO PUXANDO?
Isso que pensei.
MAS FIZ INCONSCIENTE ESSA ARMADILHA.
MAS SERVIU DIREITINHO PRA ESSAS DUAS FIGURAS QUE PUXAM A FIGURA MASCULINA.
E PUXAR A FIGURA MASCULINA DÁ A IDÉIA DE QUE PARA VC?
Como tem outros elementos no quadro, (uma
mulher com um carrinho de bebê) pensamos na questão do eterno
feminino.
MAS MOSTRA O FEMINISMO QUANDO ELAS PUXAM A FIGURA MASCULINA?
Sim. Porque não me parece que puxam, mas que até
mesmo dominam.
Há nesse quadro uma questão interessante entre o vermelho e o azul.
Tem um vermelho entre as pernas de um dos homens que criam uma outra espacialidade.
QUAL DOS 2? O PRIMEIRO OU O SEGUNDO?
O mais perto da borda do quadro, do lado direito, o outro, com a camisa branca a calça azul vc rompeu o vermelho.
E AS MENINAS NO ALTO?
NO CÉU?
Vejo-as com um ar muito irônico. As passagens cromáticas estão muito bem resolvidas.
O importante são essas passagens, os intervalos, e não uma cor ao lado de outra. O nosso olhar passeia pelo quadro pela força dessas passagens,
ISSO APAREÇA EM TODAS AS OBRAS , TODOS OS QUADROS?
QUALQUER UM QUE PINTA FAZ ISSO?
Pouquíssimos fazem isso.
Primeiro porque apostam mais no primado do desenho do que da cor, e assim
acaba ficando em um plano secundário.
Vc ao priorizar a cor, permite uma dimensão temporal e uma certa
hierarquização, e isso é uma característica do narativo.
MAS FAÇO SEM PENSAR...
QUAIS ARTISTAS FAZEM ISSO? OS QUE ESTUDAM?
Por exemplo esse seu quadro é bom mesmo! Vc usa as cores de um modo tão especial. Tem alguns, mas na contemporaneidade são raros. Claro que estudam, mas sem pensar muito nas possibilidades cromáticas. Chardin, por exemplo. Cito-o no livro que será editado brevemente.
E PORQUE SEM INTENÇÃO NENHUMA AS MINHAS CORES SURGEM CONFORME AGRADAM SUAS EXPECTATIVAS?
FAÇO DE UM JEITO TÃO AGITADO, TÃO FURIOSO COM O PINCEL, TÃO IRRITADA AS VEZES......AGRESSIVA...COLÉRICA.
Mas é forte a expressividade em seu trabalho. Vi uma fotos suas pintando, parecia tão tranquila!
AS FOTOS NÃO REVELAM REALMENTE A VERDADE...
O que se nota são pinceladas que não têm vacilações. São
precisas e rápidas.
MINHA TIA DISSE QUE QUANDO ME VÊ PINTAR PARECE QUE ESTOU PSICOGRAFANDO.
Curiosa essa observação.
VACILAÇÕES SERIAM EM QUE SENTIDO?
No sentido de não ter dúvidas, você parece que já sabe como as
pinceladas devem ser, Vai se guiando por elas.
ISSO É MESMO!! NÃO FICO PENSANDO NAS PINCELADAS, ANALISANDO..
VAI E VAI, E ASSIM FICA..ISSO É BOM?
No seu caso é.
É uma pintura que vem de dento, em estado bruto, como dizia um pintor francês.
Daí ter pensando que vc não é naif, mas seguidora do que
esse pintor francês denominava Art Bruit (arte bruta).Duboufet o
sobrenome dele.
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
domingo, 24 de janeiro de 2010
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
INTERPRETAÇÃ DO QUADRO: "INFINITO"
Quadro: Infinito
Impressionante. No alto uma referência à arte egípcia e seu sentido de eternidade. (Será que o perdemos?) Na contemporaneidade a tecnologia é dominada pelo poder do dinheiro. Uma televisão convidando a um consumismo exagerado e um individualismo cego. Do lado direito uma mulher imersa nas cores, por dentro e por fora. Linda metáfora plástica. Chegamos a um estado de entropia máxima? Parece-me que este é o nosso presente que apontará para o nosso futuro, futuro este com a manifestação do cinza sempiterno que nos permita uma relação ética e estética com a natureza e uma nova visão de mundo pela possibilidade de uma ressurreição? São muitas informações. Um burguês com uma camisa verde e amarela e o signo do infinito, apenas isso, um signo como uma logomarca esvaziada de todo sentido para ser vendida como um simulacro pós moderno? Ou a mulher em vestes vermelhas logo abaixo, o infinito do eterno feminino? Muitas personagens, cada qual dentro de si. No alto à esquerda um mulher de costa olhando para um outro espaço, e neste Cristo, talvez de costas, e a luz do Sol para iluminar o outro lado de nossas vaidades. Até aqui não falamos das cores. São vibrantes, e exatas, mas o que sabemos delas? Que são enigmáticas, como as considerava Gauguin e, baudelairmente, o prazer e o pecado. Lindo quadro. A composição básica é simples. Um eixo vertical bem central, e um horizontal mais acima criando uma cruz.
Uma estrofe de um poema de Louis Aragon me vem à memória:
Rien n'est jamais acquis à l'homme Ni sa force
Ni sa faiblesse ni son coeur Et quand il croit
Ouvrir ses bras son ombre est celle d'une croix
Et quand il croit serrer son bonheur il le broie
Sa vie est un étrange et douloureux divorce
Il n'y a pas d'amour heureux
ESTUDO FEITO PELO ARTISTA PLÁSTICO JOSÉ MARIA DIAS DA CRUZ
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
ALEGRIA NAS MURALHAS DO MALÉCON
Um movimento por um azul na borda superior se inicia. Esse azul que estava em um segundo plano, lá atrás, permite um movimento circular no qual princípio e fim se encontram. É um eterno retorno. mas agora construído pelas cores. . Tem-se então a zona do sagrado, e sagrado aqui sem nenhuma referência a existência ou não de um Deus, mas zona do enigma. Ou do que não pode ser mais dito. Juliana. vc tem lampejos de gênio. É o que te digo. Temos muito o que conversar. Sua criatividade é impressionante. JOsé Maria Dias Cruz
análise da obra " alegria nas muralhas do malécon por José Maria Dias da Cruz
Que quadro! Não o havia analisado ainda. Logo no primeiro plano, bem no centro um carro azul e na janela, o que se vê através, um vermelho. O azul normalmente vai para o segundo plano de percepção e o vermelho, para o primeiro. Vc faz a inversão. E dá a chave para a compreensão do quadro. Ver pelo avesso, ou seja, o que é, deve ser revisto para tornar visível o que se vê através. Brilhante solução.
Um outro espaço dentro do quadro se cria: um circunscrito em um quadrado, levemente à esquerda, aquele que tem no centro um violeiro. A calça dele é azul. De um lado uma personagem vestida com uma calça verde amarelado. Do outro lado uma com uma saia em um tom avermelhado mais azulado. Repare que quando seu olho se fixa na calça verde amarelada um nível de realidade e percepção se estabelece. Tudo mais que está no quadro vai para um segundo plano de percepção e realidade. Mas o quadro se transforma quando o olho é puxado para uma personagem com um vestido azul, e ao lado dele, uma outra, com as vestes laranja. Um outro espaço surge, e nele um prédio isolado, quase como uma figuração de uma prisão, quase como nos mostrando o outro lado da alegria que o músico quer irradiar. Repare, nosso olho vai para a borda do quadro no canto superior direito. Um movimento por um azul na borda superior se inicia liberando-o da moldura. A questão vinciana do limite surge e permite o serpenteamento que anima o espaço. Por aí, ainda dentro das observações vincianas, vc não mata a pintura por uma segunda vez. E faz que ela renasça.
Esse azul que estava em um outro plano, lá atrás, permite um movimento circular no qual princípio e fim se encontram. É um eterno retorno. Mas agora construído pelas cores. São estas que vão determinar as formas. Uma dialógica entre cor e forma se estabelece, entre a impossibilidade de racionalização das primeiras, e racionalização das segundas. Aqui já não é mais uma questão dialética onde temos a tese, a antítese e a síntese, por exemplo. É uma outra lógica, a do terceiro incluído, onde temos vários níveis de percepção e realidade possíveis ou imagináveis, em uma dimensão temporal, lógica essa que permite a permanência em todos esses níveis que o princípio da contradição seja respeitado. Isso nos leva a um limite que não pode mais ser ultrapassado. É quando se esgotam todos os níveis de percepção e realidade. Tem-se então a lógica do terceiro excluído, ou seja, quando não há mais a possibilidade de pensarmos no princípio da contradição. Tem-se então a zona do sagrado, e sagrado aqui sem nenhuma referência à existência ou não de um Deus, mas da zona do enigma. Ou do que não pode ser mais dito.
Para maiores esclarecimentos escrevo o seguinte. O princípio da contradição diz que A não é não A e Não A não é A. A zona do sagrado pode ser entendida também como um não-lugar.
Juliana. vc tem lampejos de gênio. É o que te digo. Temos muito que conversar. Sua criatividade é impressionante. Aproxima-se do que venho estudando sobre uma outra possibilidade de se pensar a cor. Veja. Para dizer isso tive que descartar uma teoria cromática que classifica as cores em primária e secundarias, criei o cinza sempiterno como um pós ou pré fenômeno, a cor abstrata substantiva e a concreta adjetiva, redefini o rompimento do tom, etc. Veja os desenhos que tem na minha página do Orkut. Talvez possa de dizer alguma coisa.
Juliana, vc me impressiona e vai, então,- um grande beijo por tanta ousadia.
JM
Um outro espaço dentro do quadro se cria: um circunscrito em um quadrado, levemente à esquerda, aquele que tem no centro um violeiro. A calça dele é azul. De um lado uma personagem vestida com uma calça verde amarelado. Do outro lado uma com uma saia em um tom avermelhado mais azulado. Repare que quando seu olho se fixa na calça verde amarelada um nível de realidade e percepção se estabelece. Tudo mais que está no quadro vai para um segundo plano de percepção e realidade. Mas o quadro se transforma quando o olho é puxado para uma personagem com um vestido azul, e ao lado dele, uma outra, com as vestes laranja. Um outro espaço surge, e nele um prédio isolado, quase como uma figuração de uma prisão, quase como nos mostrando o outro lado da alegria que o músico quer irradiar. Repare, nosso olho vai para a borda do quadro no canto superior direito. Um movimento por um azul na borda superior se inicia liberando-o da moldura. A questão vinciana do limite surge e permite o serpenteamento que anima o espaço. Por aí, ainda dentro das observações vincianas, vc não mata a pintura por uma segunda vez. E faz que ela renasça.
Esse azul que estava em um outro plano, lá atrás, permite um movimento circular no qual princípio e fim se encontram. É um eterno retorno. Mas agora construído pelas cores. São estas que vão determinar as formas. Uma dialógica entre cor e forma se estabelece, entre a impossibilidade de racionalização das primeiras, e racionalização das segundas. Aqui já não é mais uma questão dialética onde temos a tese, a antítese e a síntese, por exemplo. É uma outra lógica, a do terceiro incluído, onde temos vários níveis de percepção e realidade possíveis ou imagináveis, em uma dimensão temporal, lógica essa que permite a permanência em todos esses níveis que o princípio da contradição seja respeitado. Isso nos leva a um limite que não pode mais ser ultrapassado. É quando se esgotam todos os níveis de percepção e realidade. Tem-se então a lógica do terceiro excluído, ou seja, quando não há mais a possibilidade de pensarmos no princípio da contradição. Tem-se então a zona do sagrado, e sagrado aqui sem nenhuma referência à existência ou não de um Deus, mas da zona do enigma. Ou do que não pode ser mais dito.
Para maiores esclarecimentos escrevo o seguinte. O princípio da contradição diz que A não é não A e Não A não é A. A zona do sagrado pode ser entendida também como um não-lugar.
Juliana. vc tem lampejos de gênio. É o que te digo. Temos muito que conversar. Sua criatividade é impressionante. Aproxima-se do que venho estudando sobre uma outra possibilidade de se pensar a cor. Veja. Para dizer isso tive que descartar uma teoria cromática que classifica as cores em primária e secundarias, criei o cinza sempiterno como um pós ou pré fenômeno, a cor abstrata substantiva e a concreta adjetiva, redefini o rompimento do tom, etc. Veja os desenhos que tem na minha página do Orkut. Talvez possa de dizer alguma coisa.
Juliana, vc me impressiona e vai, então,- um grande beijo por tanta ousadia.
JM
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