segunda-feira, 23 de novembro de 2009
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
PAULO BRASIL SOBRE JULIANA SCORZA
Incisividade. É dessa forma que Juliana nos conduz a uma imersão num estado de suspensão sensorial. Seu trabalho é pedra. Não língua. Partes, trechos, pedaços dispersos em cada obra não transformada em objeto de arte. Não combina com a cor do sofá da sala de visita. Liquidifica um descondicionamento visual a partir de nossos olhos, projetando em nossas mentes fragmentos multicoloridos.
Quem é a mulher amarela liberta pela artista? Imagino Euclides da Cunha noutro canto ignorado, esquecido e o silêncio do sorriso do moleque abafa o zumbido da bala perdida que corta a baía da Guanabara. Uma ação marginal paralela a modelos outros, legitimados.
Com Alberto Mussa, descobri que “meu destino é ser onça”. E Juliana é também onça que reconstitui com seu quebra-cabeça uma narrativa mitológica contemporânea. É brasileira glocalizada.
Noutra ocasião, passei a noite diante de uma de suas telas. Amanheci exausto, esvaecido. Estava vivo.
Paulo Brasil, Novembro de 2009.
Quem é a mulher amarela liberta pela artista? Imagino Euclides da Cunha noutro canto ignorado, esquecido e o silêncio do sorriso do moleque abafa o zumbido da bala perdida que corta a baía da Guanabara. Uma ação marginal paralela a modelos outros, legitimados.
Com Alberto Mussa, descobri que “meu destino é ser onça”. E Juliana é também onça que reconstitui com seu quebra-cabeça uma narrativa mitológica contemporânea. É brasileira glocalizada.
Noutra ocasião, passei a noite diante de uma de suas telas. Amanheci exausto, esvaecido. Estava vivo.
Paulo Brasil, Novembro de 2009.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
VINICIUS JARDIM SOBRE JULIANA SCORZA CERÁVOLO
Vou falar da Ju e o que vejo brotar dela no seu trabalho, não só prá Ju se ver de fora, mas muitas outras pessoas talentosas vislumbrarem seu dentro, uma vez que, no afã da criação, operam tão furiosamente seu talento que fica difícil a elas controlar e mesmo até, compreender o fluxo do seu "opus", trabalho. Não tenho a pretensão de doutor de arte, pois até me falta cabedal para tanto, são só considerações de senso comum, sensibilidade trivial, porém atenta.
A Ju comunga um estilo artístico que se pode classificar por naïf (do francês,"ingênuo"); expontânea, de autêntica criatividade, que eu particularmente, curto como o mais próximo do melhor da criatividade infantil: não-pasteurizada e/ou contaminada por exatidões acadêmicas, porém são dotadas da forte consciência emocional (infelizmente ausente nos petizes!). É um estilo que também costuma
desagradar espíritos ecleticamente menos dotados.
Isso não impede de saborearmos a vivacidade, a alegria, a vibração, que habita no esfuziante das suas cores. São telas muito iluminadas, de alto conteúdo existencial e humanístico e com uma certa vivacidade expressiva, paradoxal, uma tristeza aguda e infinita de sofrimento que nos toca - mas que não se enxerga - a não ser que se busque na tela a intencionalidade, coberta pela sutileza da alma tímida da artista. Só então se vê e se descobre o porquê da magia de nos enfeitiçar de melancolia seus personagens nascidos no cotidiano urbano popular. Daí vemos o quadro e viajamos na cena...
Em suma, eu sou fã da Ju! :-))
A Ju comunga um estilo artístico que se pode classificar por naïf (do francês,"ingênuo"); expontânea, de autêntica criatividade, que eu particularmente, curto como o mais próximo do melhor da criatividade infantil: não-pasteurizada e/ou contaminada por exatidões acadêmicas, porém são dotadas da forte consciência emocional (infelizmente ausente nos petizes!). É um estilo que também costuma
desagradar espíritos ecleticamente menos dotados.
Isso não impede de saborearmos a vivacidade, a alegria, a vibração, que habita no esfuziante das suas cores. São telas muito iluminadas, de alto conteúdo existencial e humanístico e com uma certa vivacidade expressiva, paradoxal, uma tristeza aguda e infinita de sofrimento que nos toca - mas que não se enxerga - a não ser que se busque na tela a intencionalidade, coberta pela sutileza da alma tímida da artista. Só então se vê e se descobre o porquê da magia de nos enfeitiçar de melancolia seus personagens nascidos no cotidiano urbano popular. Daí vemos o quadro e viajamos na cena...
Em suma, eu sou fã da Ju! :-))
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JOSÉ MARIA DIAS DA CRUZ SOBRE JULIANA SCORZA
O olhar de Juliana Scorza é capaz de ver o que está além das aparências. Não é, também um olhar prospectivo, que geralmente acaba versando sobre a própria arte. É um olhar interior que cobre toda a extensão das aventuras e desventuras humanas, desde as mais remotas, aquelas que estão nas raízes de nossa cultura, da nossa própria condição humana, e como se refletem nos dias atuais. São olhos que pensam, indagam e que a levam à pintura. Assim seu trabalho nos toca, nos faz refletir. Desde questões éticas e estéticas. A mim, particularmente espanta como é difícil classificá-lo, tão livre é. É um trabalho que não se prende a nenhuma escola, e nem mesmo me parece resultante de uma anterioridade pela qual podemos estabelecer uma genealogia pelas referências aos artistas nos quais se apoiou. É um trabalho lógico, mas muito livre, mas o trabalho apenas. Assim Juliana, com essa sabedoria e sensibilidade estranha, e com muita poesia, no faz pensar: afinal, quando os homens compreenderão o sentido da palavra liberdade?
Leva-nos também a pensar em Merleau Ponty, em seu texto O Olho e o Espírito: "Como se houvesse na ocupação do pintor uma urgência que excede qualquer outra urgência. Ele está aí, forte ou fraco, porem soberano incontestável na sua ruminação do mundo, sem outra "técnica" a não ser a que seus olhos e suas mãos se dão, a força de ver, à força de pintar, obstinado em tirar desse mundo onde soam os escândalos e as glórias da História, telas que quase nada acrescentarão nem às esperanças do mundo, e ninguém murmura. Que ciência secreta é, pois, essa que ele tem ou procura? Essa dimensão segundo a qual Van Gogh quer ir "mais longe"? Esse fundamental da pintura, e quiçá de toda a cultura?”
José Maria Dias da Cruz
Florianópolis, novembro de 2009.
Leva-nos também a pensar em Merleau Ponty, em seu texto O Olho e o Espírito: "Como se houvesse na ocupação do pintor uma urgência que excede qualquer outra urgência. Ele está aí, forte ou fraco, porem soberano incontestável na sua ruminação do mundo, sem outra "técnica" a não ser a que seus olhos e suas mãos se dão, a força de ver, à força de pintar, obstinado em tirar desse mundo onde soam os escândalos e as glórias da História, telas que quase nada acrescentarão nem às esperanças do mundo, e ninguém murmura. Que ciência secreta é, pois, essa que ele tem ou procura? Essa dimensão segundo a qual Van Gogh quer ir "mais longe"? Esse fundamental da pintura, e quiçá de toda a cultura?”
José Maria Dias da Cruz
Florianópolis, novembro de 2009.
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009
"ALEGRIA NAS MURALHAS DO MALÉCON"
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domingo, 15 de novembro de 2009
sábado, 14 de novembro de 2009
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