terça-feira, 17 de novembro de 2009

VINICIUS JARDIM SOBRE JULIANA SCORZA CERÁVOLO

Vou falar da Ju e o que vejo brotar dela no seu trabalho, não só prá Ju se ver de fora, mas muitas outras pessoas talentosas vislumbrarem seu dentro, uma vez que, no afã da criação, operam tão furiosamente seu talento que fica difícil a elas controlar e mesmo até, compreender o fluxo do seu "opus", trabalho. Não tenho a pretensão de doutor de arte, pois até me falta cabedal para tanto, são só considerações de senso comum, sensibilidade trivial, porém atenta.
A Ju comunga um estilo artístico que se pode classificar por naïf (do francês,"ingênuo"); expontânea, de autêntica criatividade, que eu particularmente, curto como o mais próximo do melhor da criatividade infantil: não-pasteurizada e/ou contaminada por exatidões acadêmicas, porém são dotadas da forte consciência emocional (infelizmente ausente nos petizes!). É um estilo que também costuma
desagradar espíritos ecleticamente menos dotados.
Isso não impede de saborearmos a vivacidade, a alegria, a vibração, que habita no esfuziante das suas cores. São telas muito iluminadas, de alto conteúdo existencial e humanístico e com uma certa vivacidade expressiva, paradoxal, uma tristeza aguda e infinita de sofrimento que nos toca - mas que não se enxerga - a não ser que se busque na tela a intencionalidade, coberta pela sutileza da alma tímida da artista. Só então se vê e se descobre o porquê da magia de nos enfeitiçar de melancolia seus personagens nascidos no cotidiano urbano popular. Daí vemos o quadro e viajamos na cena...
Em suma, eu sou fã da Ju! :-))

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